O agronegócio brasileiro é uma das principais atividades econômicas do país e desempenha um papel importante na geração de empregos e no fornecimento de alimentos para o mercado interno e externo. 

No entanto, a produção agrícola também é responsável por impactos ambientais significativos, como o desmatamento, a poluição do solo e da água e a emissão de gases de efeito estufa. 

Para garantir a sustentabilidade do setor, é fundamental adotar práticas que minimizem esses impactos e, nesse sentido, a tecnologia tem um papel fundamental, que vamos debater no decorrer deste artigo.

Cenário do agronegócio sustentável no Brasil

Considerado um dos principais propulsores econômicos nacionais, o agronegócio brasileiro é responsável por cerca de 24,8% do PIB do país e 47,6% das exportações em 2022. A demanda crescente por alimentos e recursos naturais, no entanto, impõe desafios significativos para o setor, que precisa aumentar a produtividade e a eficiência, sem comprometer a sustentabilidade ambiental e social.

Felizmente, o cenário do agronegócio sustentável no Brasil vem evoluindo nos últimos anos, impulsionado por iniciativas governamentais e privadas, que buscam promover uma agricultura mais consciente e responsável. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), 33% das propriedades rurais do país já adotam práticas sustentáveis de produção, como a gestão integrada de recursos naturais, a preservação de áreas de vegetação nativa e a recuperação de áreas degradadas.

Além disso, o Brasil é líder mundial em agricultura de baixo carbono, com cerca de 16 milhões de hectares de terras agricultáveis manejadas de forma consciente e mais de 30 mil produtores rurais certificados pelo Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono), que incentiva a adoção de práticas sustentáveis de produção.

Todavia, ainda há muito a ser feito para que o agronegócio brasileiro alcance melhores patamares de sustentabilidade. A expansão da fronteira agrícola, o uso intensivo de agrotóxicos e fertilizantes químicos, a degradação do solo e a emissão de gases de efeito estufa são alguns dos desafios que precisam ser enfrentados para garantir um desenvolvimento mais equilibrado do setor.

Como a tecnologia minimiza os impactos ambientais?

A tecnologia tem sido uma grande aliada na busca por práticas mais sustentáveis na produção agrícola, em um subsegmento chamado de agricultura digital. Um exemplo é a agricultura de precisão, que utiliza tecnologias como o GPS e o sensoriamento remoto para monitorar as lavouras e identificar áreas que precisam de mais ou menos nutrientes, água e defensivos agrícolas. Com isso, é possível reduzir o desperdício de insumos e minimizar os impactos ambientais.

Outra tecnologia importante é a biotecnologia. A utilização de sementes geneticamente modificadas tem permitido o desenvolvimento de culturas mais resistentes a pragas e doenças, reduzindo a necessidade de defensivos agrícolas. Além disso, ela também pode ser utilizada para desenvolver culturas que consigam suportar melhor  o período de seca e outras condições adversas, o que aumenta a eficiência da produção.

A tecnologia de irrigação também tem um papel importante na sustentabilidade agro. Com o uso de sistemas eficientes, é possível reduzir o consumo de água e garantir a distribuição adequada de nutrientes nas lavouras. Além disso, essa ferramenta também pode ser combinada com o monitoramento do clima e do solo, permitindo a implementação de práticas mais adequadas e reduzindo o desperdício de recursos.

Exemplos de tecnologia aliada à sustentabilidade

Existem diversas ferramentas que têm sido utilizadas para promover a tecnologia visando à sustentabilidade agro no Brasil. Um deles é o Sistema de Plantio Direto, que utiliza a rotação de culturas e a cobertura vegetal para reduzir o desmatamento, a erosão e o consumo de combustível. Segundo a Embrapa, a adoção do Sistema Plantio Direto tem reduzido em até 90% o desgaste do solo e em até 70% a emissão de gases de efeito estufa.

Outro exemplo é o uso de drones na agricultura. Uma vez equipados com sensores, é possível realizar o mapeamento das lavouras e identificar áreas que precisam de mais ou menos nutrientes e água. Assim, a irrigação se torna mais precisa e eficiente, reduzindo o consumo de água e insumos. Além disso, eles também podem ser utilizados para monitorar as lavouras e identificar precocemente doenças e pragas, permitindo uma intervenção mais rápida.

A inteligência artificial tem um grande potencial na sustentabilidade agro. Com a utilização de algoritmos e machine learning, é possível analisar uma grande quantidade de dados sobre o clima, o solo, as lavouras e outros fatores que influenciam a produção agrícola. Ou seja, isso tornou as tomadas de decisões mais assertivas sobre a utilização de insumos, de irrigação e de outras práticas agrícolas.

O uso de energia renovável também é uma importante tecnologia para a sustentabilidade agro. A utilização de sistemas fotovoltaicos e de biodigestores, por exemplo, pode reduzir a dependência de combustíveis fósseis e gerar energia limpa e renovável para a agricultura. Além disso, a produção de biogás a partir de resíduos agrícolas pode ser utilizada como fonte de energia para outras atividades na propriedade rural, reduzindo os custos e as emissões de gases de efeito estufa.

Como a Runtalent pode ajudar nessa transformação digital?

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