Como preparar as equipes de TI para 2022

*Por Gilberto Reis, diretor de Operações da Runtalent

O ano de 2021 foi tão atípico – ou até mais – quanto 2020. O crescimento do trabalho remoto e a preferência, cada vez maior, dos profissionais de TI pela liberdade de atuação mostraram ser as grandes tendências para os próximos anos. Segundo levantamento da Fundação Instituto de Administração (FIA) Employee Experience, 90% das empresas no Brasil aderiram ao home office, de alguma forma, e 91% dos funcionários avaliaram a experiência como ótima ou boa.

Diante deste cenário, é importante ter em mente que não basta aderir ao trabalho remoto: é preciso encontrar uma forma de tornar essa experiência mais palpável ao ritmo dos escritórios presenciais, interagindo com o lado humano de cada um, fora das esferas organizacionais e ritos de alinhamentos já existentes. A falta desse “contato” maior com os times é um ponto de atenção ao qual os líderes devem estar preparados para 2022.

Por esse motivo, a comunicação torna-se a chave para o sucesso de qualquer empresa, especialmente de tecnologia. Entender os fluxos de trabalho, os canais utilizados para a troca de informações e a rotina dos consultores é crucial para que todo o modelo produtivo (e de gestão) funcione da melhor forma possível. Qualquer gap neste processo pode gerar falhas, impactando negativamente no andamento dos projetos e afastando a equipe.

Hoje, essa é uma das principais preocupações do gestor que atua utilizando outsourcing e squads: como aproximar os times, realizar uma integração maior da empresa com os profissionais alocados e transmitir os valores da organização, de forma que o consultor sinta-se pertencente àquele ambiente de trabalho, mesmo que seja de maneira virtual. O desafio de reproduzir a dinâmica do escritório para o dia a dia das pessoas será muito maior no próximo ano.

Alocar profissionais ou squads?

Encontrar os profissionais adequados para cada projeto nem sempre é uma tarefa fácil, principalmente no universo de TI. São muitas as qualificações que o mercado oferece, e definir o perfil ideal para a empresa pode demandar um esforço muito grande das lideranças. Neste momento, os gestores podem (e devem!) buscar suporte em consultorias especializadas em outsourcing e squads, como a Runtalent.

As vantagens que isso gera para a rotina das empresas são diversas, como:

  • Maior entrega de valor.
  • Aumento da satisfação dos usuários.
  • Melhora do desempenho.
  • Aquisição de conhecimentos e tecnologias que não eram consolidadas na organização.
  • Otimização dos investimentos.
  • O time interno é focado no core business da organização, contando com parceiros especialistas em sua estratégia de transformação digital.

Mas estes ganhos são gerados apenas quando há assertividade na seleção dos candidatos, optando por profissionais especializados e com perfil adequado à necessidade da empresa.

Com isso em mente, é importante compreender o que cada um destes formatos de trabalho oferece ao dia a dia do gestor.

Alocação de profissionais: Nele, os profissionais – especializados em uma ou mais tecnologias – são contratados para atuar em um projeto específico da empresa. Com essa terceirização, é possível reduzir custos, ter uma previsibilidade financeira, aumentar a eficiência na entrega de seus projetos e diminuir os riscos operacionais.

Squads: de maneira geral, squads são times especializados e ajustados à demanda da empresa. Os profissionais são multifuncionais, de diversas áreas, com autonomia para organizarem e construírem um planejamento estratégico, com o objetivo de alcançar um resultado específico. Dessa maneira, há uma maior integração das equipes e uma desburocratização dos fluxos de trabalho.

Vale destacar que é preciso mapear e entender o momento de cada empresa e/ou do projeto para definir qual modelo de contratação faz mais sentido. Assim, a empresa evita que os profissionais fiquem ociosos e otimiza as entregas de cada atividade.

Maior engajamento dos colaboradores

Ao mesmo tempo que o trabalho remoto oferece inúmeros benefícios, também apresenta certas desvantagens. Iniciar a trajetória profissional de forma 100% on-line é uma experiência complicada. Por mais que existam programas de integração promovidos pelo RH, desenvolvendo estratégias para tornar o primeiro contato mais agradável, este ainda é um ponto delicado para alguns profissionais.

A dificuldade em unir as pessoas é notável nas empresas. Segundo levantamento da desenvolvedora HubSpot, 20% dos profissionais que atuam no modelo home office sentem-se sozinhos todos os dias e 29% sentem falta da interação social com outros colegas. É fato que as organizações tiveram tempo para planejar e testar modelos, mas ainda é preciso trabalhar nos inconvenientes que o formato remoto nos trouxe.

Contudo, é fundamental o alinhamento das expectativas com as equipes. Não somente em termos de trabalho e entrega das atividades, como também empoderando os times. A filosofia do modelo ágil de atuação – muito presente nas squads -, focado em uma tomada de decisão colaborativa, incentiva os colaboradores a ficarem cada vez mais engajados e felizes em fazer parte da rotina e estratégia dos projetos, por inteiro e não somente no operacional.

Para os gestores, essa autonomia é importante, mas deve ser controlada. Todo o percurso precisa ser cuidadosamente mapeado e monitorado. Dailies e calls semanais são importantes para que seja compreendida a rotina dos profissionais alocados, o que precisa ser feito e onde estão os gargalos de cada projeto. Cada empresa tem a sua forma de liderar as equipes, por isso é importante que se encontre um modelo próximo do ideal.

Outra forma de aproximar e engajar os times é estimulando encontros virtuais focados em assuntos diversos. Um espaço aberto para debate, com uma única regra: não falar sobre o trabalho. Seja um happy hour on-line, uma gincana ou, até mesmo, uma comemoração dos aniversariantes do mês. Toda ideia é muito bem-vinda para fomentar esses pequenos encontros.

Recrutando a equipe para o próximo ano

Há um movimento muito grande de consultorias garimpando consultores qualificados, e essa tende a ser uma realidade para os próximos anos. Com isso, as lideranças de TI precisam preparar as melhores ofertas do mercado e não somente oferecer vagas de emprego.

A retenção de talentos também é uma tarefa que deve ser priorizada. De acordo com um levantamento do Instituto Gallup, um profissional satisfeito com o seu trabalho apresenta um índice 40% menor de rotatividade.

Antes que as vagas sejam abertas e divulgadas para o preenchimento, as lideranças devem alinhar as expectativas com a área de Recursos Humanos e Recrutamento, traçando uma lista de pré-requisitos para que sejam oferecidos os melhores cargos possíveis aos candidatos. Junto às oportunidades de atuação e recolocação no mercado de trabalho, é necessário elaborar e apresentar um planejamento de carreira para o profissional.

Os gestores devem focar em desenvolvedores que estejam em processo de constante atualização tecnológica, caminhando em conjunto com as novas tendências e buscando aperfeiçoamento de suas habilidades com certificações reconhecidas no mercado. Isso garantirá a expertise de cada profissional nos desafios apresentados nos projetos.

Contudo, a dica que fica é: precisamos entender as tendências do mercado e como elas afetarão o futuro das organizações. O que não mudará é o fato de que devemos nos atentar às metas, às expectativas e, principalmente, alinhar a cultura e os valores da empresa com todos os profissionais atuantes.

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